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domingo, 4 de abril de 2010

Anos 40





nome da pessoa presa às ferragens era Francisco Alves, o Rei da Voz, e, quando, algum tempo depois, a notícia se espalha, e a Rádio Nacional interrompe sua programação normal para entrar o Repórter Esso, em edição extraordinária, para informar a todo o Brasil que o famoso cantor havia morrido em um trágico acidente de automóvel, a comoção toma conta do Brasil.

Contratado exclusivo da Rádio Nacional, Chico Viola, cuja popularidade, aos 54 anos de idade, se mantinha intacta, também se apresentava duas vezes por semanas na Nacional de São Paulo, graças à sua fama inigualável. Como não gostava de andar de avião, o trajeto entre as duas cidades era sempre feito em seu Buick, até a ocorrência do terrível e mortal acidente.
Confirmada a morte do cantor, o país quedou-se paralisado, os boatos tomando conta de todos os rincões, a maioria não acreditando na tragédia. A Rádio Nacional, assim que o corpo é liberado, providencia sua remoção para o Rio de Janeiro, ficando ele exposto à visitação pública na Câmara dos Vereadores. A fila que se forma à frente da Câmara do Distrito Federal dobra quarteirões, iniciando-se uma romaria que unia o mais anônimo fã do cantor à maioria dos cantores brasileiros mais conhecidos e famosos, além de astros do cinema, teatro e da televisão.
Às 11 horas de segunda-feira, o corpo do cantor parte rumo ao cemitério São João Batista, acompanhado por uma multidão calculada entre 200 a 500 mil pessoas. A urna mortuária, seguida a pé pelo grosso da população, é conduzida em carro especial pelos soldados da polícia especial, enquanto a multidão, espalhada pelos passeios e pelas ruas adjacentes, dava seu último adeus ao ídolo, e o comércio abaixava suas portas em sinal de dor e de respeito. Segundo se comentava, fora o maior enterro já acontecido no Rio de Janeiro, comparável somente ao do Barão do Rio Branco, de João do Rio e de Rui Barbosa. Assim terminava a longa carreira do maior cantor popular do Brasil.Quando morreu, aos 54 anos de idade, Francisco Alves, ao contrário de Orlando Silva, por exemplo, ainda mantinha sua popularidade intacta, a despeito do surgimento de vários novos cantores no cenário musical brasileiro. No concurso Os Melhores do Rádio, de 1952, realizado pouco antes do acidente, ele ficou em 2.º lugar com 37.221 votos, suplantado apenas por Francisco Carlos, um novo ídolo das mocinhas brasileiras e a coqueluche do momento, apelidado de “El Broto”, e que conseguiu 42.217 votos, ambos suplantando Carlos Galhardo (25.664 votos) e Nelson Gonçalves (19.949 votos).Nesse ano de 1952, Francisco Alves já é um cantor veterano e consagrado. Nascido no Rio de Janeiro, em 19 de agosto 1898, Francisco de Morais Alves, após trabalhar como engraxate e operário, inicia sua carreira artística em 1918, como cantor, na companhia de espetáculos João de Deus-Martins Chaves, apresentando-se em circos e no Pavilhão do Meyer. Chiquinha Gonzaga, a famosa maestrina, então com 73 anos, dá-lhe sua primeira real oportunidade. Por seu intermédio, Chico grava, em 1920, seu primeiro 78 rpm na gravadora Disco Popular fundada por ela e por seu jovem marido, João Machado Gonzaga. As músicas escolhidas para sua estréia são Pé de Anjo e Fala Meu Louro, ambas de Sinhô. Outros discos teriam sido gravados, mas, segundo consta, perderam-se os registros.

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